Antes de tudo, quero desculpar-me com os amigos que costumam acessar meu blog por desviar-me do propósito inicial.
O que venho fazer é um desabafo.
Tenho 84 anos, aposentei-me por tempo de serviço. Foram 30 anos de contribuição, primeiro para o IAPC e por último para o INSS. Como eu, milhões de brasileiros assim procederam e encontram-se na mesma situação.
Assistindo ao Jornal Nacional, senti imensa dor, ao ver a monumental festa dos 50 anos de Brasília. Foram tantas homenagens, merecidas é verdade, mas sequer uma alusão ao aposentado, que tanto contribuiu para sua construção.
Mas até ai tudo bem porque sempre há uma desculpa para a falha: o esquecimento.
Pois é, esse esquecimento está se prolongando demais.
Esqueceram que o aposentado necessita de um atendimento médico hospitalar melhor, mais rápido e humano. Esqueceram também que a contribuição mensal ao longo de tantos anos não foi suficiente para, agora, remunerar melhor os médicos, fazendo-os exercer a profissão com mais amor.
Enfim, esqueceram que todo o aposentado necessita de um aumento salarial equiparado ao dos trabalhadores em atividade. Será que não têm vergonha quando estão elaborando a lei salarial e optam por esta disparidade absurda?
E falta mais, esqueceram também que, apesar de tudo, o aposentado continua pagando seus impostos!...
É uma grande injustiça o que estão fazendo conosco.
Ora, se o dinheiro dos aposentados pelo INSS não foi aplicado na construção de Brasília, então é porque na época, já estava sendo desviado para os bolsos dos aproveitadores.
Com a proximidade das eleições, reflitamos muito antes de escolher o novo gestor do nosso país. E não nos esqueçamos de que para ser um bom governante, não basta o apoio dos partidos. Estes já têm seus propósitos. É necessário mais: que o candidato ouça a voz do coração e a siga, na certeza de trilhar o caminho certo, da solidariedade e da honestidade.
Ademais, partido político não tem coração!